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Nesta sexta-feira (15/11), a Base Aérea de Natal (BANT) se despediu da CRUZEX 2024, o maior exercício de guerra simulada da América Latina. Em sua nona edição, a CRUZEX reuniu forças aéreas de 16 países, que, por duas semanas, conduziram intensos treinamentos e trocaram experiências em operações de alta complexidade, nas quais nações aliadas compartilharam conhecimentos para fortalecer suas capacidades de defesa.
Para o Diretor da CRUZEX 2024, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende, os resultados alcançados superaram todas as expectativas iniciais.
“Com todo planejamento iniciado em 2022, nosso objetivo foi criar um ambiente de simulação de alta complexidade e, ao mesmo tempo, promover uma integração que fosse além dos aviões no céu. Estamos falando de uma rede de defesa internacional, onde a confiança e a coordenação são a chave”, afirmou.
Ao longo do Exercício, foram registradas cerca de 1.500 horas de voo, mais de 450 paraquedistas lançados, 160 alvos atacados e mais de 800 missões cumpridas. A eficiência operacional alcançou os 98%, refletindo o alto nível de preparo das equipes participantes.
“Além dos números, a CRUZEX 2024 foi um marco na troca de conhecimentos sobre técnicas, táticas e procedimentos que podem salvar vidas e melhorar a resposta das forças aéreas em situações reais”, acrescentou o Brigadeiro Rezende.
Cooperação internacional e aprendizado mútuos
Um dos maiores triunfos da CRUZEX 2024 foi a sinergia entre os militares de diversas nacionalidades, como Canadá, Equador e África do Sul, que participaram como observadores das sessões de planejamento e debriefing, analisando cada etapa do treinamento e compartilhando suas perspectivas, visando a uma participação com meios aéreos na próxima edição do Exercício. Essa troca de experiência foi crucial para que as equipes aprimorassem suas operações e construíssem uma rede sólida de cooperação internacional.
Para o Coordenador Operacional da CRUZEX, Coronel Aviador Ricardo Bevilaqua Mendes, a edição de 2024 demonstrou como a colaboração internacional eleva o nível de prontidão.
“As melhorias no planejamento das missões aéreas, com briefings mais detalhados e um processo mais dinâmico de análise dos resultados, garantiram um ambiente de treinamento que reflete as demandas modernas”, explicou o Oficial, destacando ainda a inclusão de cenários cibernéticos e espaciais como diferenciais nesta edição.
A força da aviação brasileira
A CRUZEX também foi um grande palco para o desenvolvimento das capacidades aéreas da Força Aérea Brasileira (FAB), que contou com um variado e competente conjunto de aeronaves. Na Aviação de Caça, o Comandante do Grupo de Defesa Aérea (GDA), Tenente-Coronel Aviador Ramon Lincoln Santos Forneas, destacou o desempenho do caça F-39 Gripen.
“Tivemos a oportunidade de praticar missões complexas de combate aéreo, nas quais nossos pilotos puderam desenvolver táticas avançadas e aprimorar a coordenação com esquadrões estrangeiros, o que nos trouxe um importante ganho operacional”, afirmou.
Na Aviação de Transporte, o Tenente-Coronel Umile Coelho Rende elogiou o desempenho do KC-390 Millennium, essencial nas missões de reabastecimento em voo, ressuprimento aéreo, evacuação aeromédica e ajuda humanitária.
“O KC-390 provou ser uma aeronave versátil e eficiente, operando em diversos cenários simulados e reforçando seu papel estratégico na Força Aérea Brasileira”, disse.
Já na Aviação de Reconhecimento, o Tenente-Coronel David Dantas da Silva ressaltou o valor das missões com o R-99 e o E-99, essenciais para a coleta de dados em tempo real. “O reconhecimento estratégico foi fundamental para o sucesso das operações. Pudemos fornecer informações detalhadas do cenário de combate, permitindo uma tomada de decisão ágil e precisa”, destacou.
Defesa integrada e cenários de futuro
Um dos pontos altos desta edição foi a integração de operações cibernéticas, que permitiu às forças participantes enfrentarem, em tempo real, ameaças digitais em paralelo com os desafios físicos. “O treinamento cibernético aplicado à simulação de combate aéreo foi um divisor de águas. Avaliamos como nossas forças podem reagir a cenários modernos e, mais do que isso, como podemos nos apoiar mutuamente em tais situações”, afirmou o Tenente-Coronel Aviador Tiago Josue Diedrich, Chefe da Célula de Operações Cibernéticas, apontando para um futuro em que a defesa cibernética ocupará um papel cada vez mais relevante.
Um legado para o futuro
Para o Comandante do Grupo Operacional (GOP) da BANT e Chefe da célula Exercise Support (EXSUP), Coronel Aviador Paulo Cezar Fischer da Silva, a CRUZEX foi também um compromisso com a segurança global, uma vez que o Exercício representa um esforço coletivo para criar um espaço aéreo mais seguro e bem coordenado.
“É gratificante ver o trabalho de dois anos de planejamento se concretizar nessa importante edição da CRUZEX. Graças ao esforço conjunto de todos os Órgãos de Direção Setorial do Comando da Aeronáutica, a Base Aérea de Natal pôde proporcionar a melhor estrutura de suporte aos participantes, criando um ambiente propício para a troca de experiências entre as diversas nações. O empenho de todo o time de suporte ao Exercício viabilizou a consecução plena dos objetivos da CRUZEX 2024”, relatou.
Com a CRUZEX 2024 encerrada, fica a certeza de um exercício bem-sucedido que deixou um legado de aprendizado e cooperação internacional.
“Este cenário multinacional e complexo permitiu que nossos pilotos passassem por um treinamento operacional muito próximo de situações reais, contribuindo para o aperfeiçoamento da prontidão e da capacidade de resposta da Força Aérea Brasileira”, concluiu o Brigadeiro Rezende.
O Exercício deixa seu marco como um exemplo de integração e aprimoramento contínuos, pavimentando o caminho para futuras edições. A próxima CRUZEX já desperta expectativas, prometendo unir novamente as forças aéreas de diversas nações para um objetivo comum: a construção de uma defesa global forte e solidária.
Fonte: Força Aérea Brasileira (FAB)