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Uma jovem de 22 anos, vítima de atropelamento, teve seus órgãos doados após a família autorizar o procedimento no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal. A captação ocorreu na última segunda-feira (30). O fígado da doadora foi transportado para o Ceará, com o apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, enquanto os rins e as córneas permaneceram no Rio Grande do Norte para transplantes locais.
A Organização de Procura de Órgãos (OPO), localizada no próprio Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e vinculada a Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), foi responsável pela coordenação de todo o processo. A OPO faz parte de um plano nacional para o incremento de doações no estado e conta com uma equipe multidisciplinar formada por sete enfermeiros, cinco técnicos de enfermagem, um assistente social e uma médica auxiliar, sob a coordenação médica de Suzelle Oliveira.
Segundo a coordenadora, o processo de doação de órgãos tem início ainda durante a piora clínica do paciente, quando a equipe da OPO realiza o acolhimento da família e intermedia a comunicação sobre a possibilidade de doação.
“A nossa abordagem não é para pedir, mas para facilitar o entendimento da família sobre o caminho da doação. A decisão final é sempre dos familiares”, explicou Suzelle.
Após a assinatura do termo de doação, a equipe da OPO corre contra o tempo para liberar o corpo para a família, com a meta de finalizar todo o processo em até 24 horas.
A cirurgia de captação de órgãos é realizada com precisão. A OPO também atua na capacitação de profissionais, como médicos de UTI, maqueiros e assistentes sociais, para garantir um acolhimento mais humanizado às famílias.
No RN, o processo de doação e transplante de órgãos é realizado por meio de uma rede de hospitais, da Sesap os principais são: o Walfredo Gurgel e o Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia, em Mossoró.
Segundo dados da Central Estadual de Transplantes da Sesap, até agosto deste ano foram realizados no estado 133 transplantes de córneas, 105 de medula óssea, 31 de rins e um transplante cardíaco. As doações de órgãos no mesmo período somam 23 doações de múltiplos órgãos, 61 de córneas e 34 de rins.
Para ser doador de órgãos, não é necessário nenhum documento oficial. Basta comunicar o desejo à família, que terá a responsabilidade de autorizar a doação no momento oportuno.
“As famílias dos possíveis doadores são acompanhadas por equipes especializadas que oferecem orientação e suporte durante todo o processo”, explicou a nefrologista e coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Rogéria Noga de Medeiros Nunes.
A conscientização sobre a importância da doação de órgãos é essencial para salvar vidas. A equipe da OPO tem trabalhado para garantir que cada vez mais famílias entendam a importância desse gesto e possam contribuir para a continuidade de vidas através da doação.
Fonte: Sesap/RN