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Estado

Falta de concorrência no refino eleva preços dos combustíveis no RN, diz Sindipostos

O valor atual é o mais alto desde o início da exploração da empresa nos campos do RN

Publicada em 22/07/23 às 21:37h - 47 visualizações

Gustavo Varela


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Falta de concorrência no refino eleva preços dos combustíveis no RN, diz Sindipostos
Mais de 300 representantes da cadeia de combustíveis participaram, em Natal, do Conexão Revenda, uma feira de negócios do setor  (Foto: Magnus Nascimento)

Na última quinta-feira (20), a 3R Petroleum, empresa que controla os poços petrolíferos maduros do Rio Grande do Norte e a refinaria Clara Camarão, em Guamaré, na Costa Branca, anunciou um novo reajuste no preço do litro da gasolina tipo A (pura). O aumento, o segundo consecutivo, em julho, é de R$ 0,13. Maxwell Flor, presidente do Sindipostos-RN, disse ainda não saber se ou quando a alta chegará ao consumidor final, mas admitiu que a margem de lucro dos postos está “muito sacrificada”. 

Para ele, a falta de concorrência no mercado, com a privatização de refinarias, é o principal motivo para as elevações. 

Conforme anunciado pela 3R, o litro da gasolina, que já havia aumentado R$ 0,34 – de R$ 2,61 para R$ 2,95 no dia 13 deste mês, passou para R$ 3,08 na quinta passada, dia em que foi comemorado o Dia do Revendedor de Combustíveis. Para comemorar a data, na sexta-feira (21), o ClubPetro – aceleradora de resultados para postos de combustíveis, realizou o “Conexão Revenda”, uma feira de negócios para o ecossistema, em parceria com o Sindispostos-RN. 

Durante o encontro, que reuniu mais de 300 participantes, Maxwell Flor, do Sindicato, comentou sobre o aumento, que representa uma alta de 18,4% em relação ao dia 29 de junho, quando o litro na refinaria era vendido a R$ 2,60. Desde que assumiu as operações, a 3R fez sete reajustes de preço, a maioria para menos, sendo que o valor mais baixo foi registrado exatamente no dia 29 do mês passado. O valor atual é o mais alto desde o início da exploração da empresa nos campos do RN. Se comparado ao início da operação, no dia 8 de junho, quando a 3R anunciou a venda do litro a R$ 2,91 na refinaria, o aumento é de 8,4%. 

Mãos atadas 

Com os aumentos, Maxwell Flor, do Sindipostos, diz que o setor se sente de “mãos atadas”, porque a alta é considerada ruim para a margem de lucro dos revendedores. 

O que acontece é o seguinte: o modelo de negócio para abastecimento no Brasil foi de refinarias complementares – no nosso caso, além da Clara Camarão, se complementam as refinarias da Paraíba, de Pernambuco e da Bahia. Com as privatizações [além da refinaria do RN, a da Bahia também foi vendida], fica uma espécie de monopólio na região, porque não tem concorrente próprio”, explica Flor. 

Nossos revendedores até tentam buscar combustível em outros estados, mas existem limitações, porque a distribuidora local tem contrato de fornecimento com a refinaria Clara Camarão e é preciso cumprir esse contrato. Quando o posto é bandeirado, só é possível pegar combustível onde a distribuidora disser que tem. E quando se consegue a opção de buscar a gasolina fora, mais barata e com uma condição melhor, o frete é alto. Então, a melhor coisa para o preço melhorar é aumentar a concorrência”, detalha. 

De acordo com Maxwell Flor, quando existe a tentativa de comprar combustível fora, as opções, geralmente, são os estados de Pernambuco e Paraíba, onde, após o mais recente anúncio da 3R, o litro da gasolina é vendido nas refinarias, segundo o Sindicato, a R$ 0,68 (PB) e R$ 0,67 (PE) mais baratos do que no Rio Grande do Norte. “Desde que assumiu, a empresa fez várias mudanças e, hoje, a gente vê que ela está cobrando quase R$ 0,70 centavos a mais do que é cobrado na Paraíba e em Pernambuco, nossos vizinhos”, diz. 

Refinaria do RN tem preços acima de outros estados 

A refinaria Clara Camarão ainda não entrou em sintonia com o mercado após a privatização e os preços daqui estão bem maiores do que os do Complexo Industrial de Suape (PE). Este é um dos fatores responsáveis pela diferença nos valores cobrados pelo litro da gasolina no Rio Grande do Norte e no Estado pernambucano, de acordo com o vice-presidente da Fecombustíveis no Nordeste, Alfredo Ramos. Além disso, para ele, Pernambuco possui uma oferta de produtos e distribuição bem superior à do RN, o que permite preços mais em conta ao consumidor final. 

Ramos também é presidente do Sindicombustíveis-PE e esteve em Natal para participar do “Conexão Revenda” na última sexta-feira. Questionado sobre o porquê das diferenças de valores entre as duas unidades federativas, Alfredo Ramos foi enfático 

Pernambuco é um polo distribuidor, desde o Norte da Bahia, passando por boa parte de Alagoas, Sergipe e RN, além de Cariri (CE) e toda a cadeia dentro do próprio Estado. Em Pernambuco, existe muito produto, então, o preço é mais barato, ao contrário daqui. Hoje, com a monofasia [novo modelo de cobrança de impostos para a gasolina], está mais barato pegar o combustível na Paraíba e principalmente em Pernambuco, onde a oferta é bem maior”, explicou. 

Além disso, com a privatização da refinaria no RN, que ainda não entrou em sintonia [com o mercado], os preços estão muito maiores do que os de Suape. Esse é outro diferencial”, acrescentou Ramos. Já no âmbito nacional, de acordo com James Thorp, presidente da Fecombustíveis, a avaliação é de o mercado está altamente competitivo. 

Hoje quase 50% dos postos, segundo a Agência Nacional do Petróleo, são bandeira branca, ou seja, têm liberdade de escolher as próprias distribuidoras de fornecimento. São mais de 42 mil postos que competem entre si em todo o Brasil”, frisa Thorp. 

Apesar disso, o presidente da Fecombustíveis avalia que existem gargalos, como a alta carga tributária para o setor. 

Nós passamos por um momento de desoneração no ano passado, muito importante para a população e para os postos. Ao contrário do que se acredita – de que quanto mais caro, melhor para o posto – a verdade é que, quanto mais barato, melhor, porque a tendência é ter um volume de vendas maior, como também de capital de giro”, sublinha. 

James Thorp diz que enxerga com preocupação o retorno da carga e afirma ter boas expectativas em relação à reforma tributária. 

A volta da carga de impostos acaba ocasionando a elevação dos preços, o que é muito ruim. Com relação à reforma, a gente observa que não haverá grandes mudanças, mas como o texto ainda está sendo votado no Senado, a gente aguarda para ter um posicionamento mais seguro”, disse, durante o Conexão Revenda. 

Ricardo Passos, CEO do Clubpetro, que organizou a feira de negócios em Natal, chamou atenção para o fato de que, mesmo sendo um dos setores que mais geram tributos para o País, as mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos, indicam para a necessidade de novas formas de atuação dos revendedores. 

Isso significa que o setor precisa entregar o melhor atendimento, além do melhor produto para que haja um diferencial para o motorista, que é o consumidor final”, explica. 

No Rio Grande do Norte, o segmento de revenda e distribuição de combustíveis foi o que teve o maior aumento de operações de vendas em maio deste ano, se comparado com igual período do ano passado. O crescimento foi de 18% com vendas que atingiram R$1,67 bilhão no quinto mês de 2023, segundo a organização da feira. O Conexão Revenda é um evento itinerante e atende aos revendedores de diversas cidades do Brasil. Neste ano, a feira já passou por Imperatriz (MA), Cariri (CE) e Feira de Santana (BA). A edição potiguar contou com o apoio do Sindipostos-RN, Sindipostos-PB e Sindipostos-PE. 

Bate-papo com Ricardo Pires - CEO do Clubpetro e vice-presidente do Minas Petrobras 

Como o setor se posiciona hoje no mercado econômico brasileiro? 

O setor de combustíveis é um dos maiores geradores de tributos do País, por meio do ICMS e no Conexão, nós temos a oportunidade de discutir melhorias para ele. Estamos passando por várias transformações, como a transição energética e as mudanças de tributação. Outra coisa: o valor do combustível hoje acompanha o mercado internacional e o posto de abastecimento virou o elo mais fraco da cadeia, porque muitas vezes é somente quem o motorista enxerga. Nunca se enxerga a distribuidora e a rentabilidade dela, ou a refinaria. Também não se sabe quanto o Governo arrecada, porque o que dói para o consumidor é o preço de bomba. Então, o revendedor fica, a cada dia, em uma situação mais complicada. Estamos buscando discutir melhorias, oportunidades de negócio e transição energética.  

Nós tivemos vários aumentos para a gasolina em 2022. Depois os preços caíram e voltaram a subir este ano. Você avalia que os preços poderiam ser melhores? 

Apesar de o Governo atual dizer que os preços não iriam acompanhar o mercado internacional, o que acontece, de fato, é o contrário. Por isso, esses aumentos agora. O combustível é uma commodity, segue o preço internacional, a variação do dólar e a arrecadação de impostos. Muitas vezes os governos – estaduais e federal, querem que os postos diminuam valores, mas não abrem mão da própria margem. Hoje, com a guerra na Ucrânia e o cenário de mudança energética, os pontos de abastecimento ficam vulneráveis. Então, é preciso pensar no futuro e buscar novas oportunidades, seja com loja de conveniência, com troca de óleo ou serviços agregados, porque o combustível é algo que tem uma rentabilidade baixa. 

Então, os preços poderiam ser melhores?  

Isso só seria possível se houvesse uma tributação melhor. A carga tributária do setor é altíssima. Nos Estados Unidos, por exemplo, ela é de 7%. No Brasil, chega a 50%, muitas vezes. E o posto coloca a margem em cima do produto que chega para ele com toda a carga de impostos. Mas essa margem, repito, normalmente é baixa. 

Números 

Confira a evolução de preços da gasolina na refinaria de Guamaré, após início das operações da 3R em 08 de janeiro 

08/06: R$ 2,91 

15/06: R$ 2,85 

22/06: R$ 2,83 

29/06: R$ 2,60 

06/07: R$ 2,61 

13/07: R$ 2,95 

20/07: R$ 3,08 

Fonte: Tribuna do Norte




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