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Após a retomada da cotonicultura no Rio Grande do Norte, em dezembro de 2021, o Governo do Estado, através da Emater-RN e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf-RN), começa a contabilizar os números da primeira safra, este ano. Até o final deste mês, foram colhidas aproximadamente 122 toneladas de rama de algodão. Parte da produção será revendida já beneficiada.
Nessa primeira safra, foram plantados 400 hectares de algodão, sendo oito hectares do tipo colorido. Cada uma das 309 famílias recebeu R$ 1.000,00 diretamente com o algodão, além dos valores obtidos com as culturas alimentares plantadas no consórcio, como o sorgo, o gergelim e feijão, milho e fava.
Como a safra ainda está em curso, esse número é atualizado diariamente pelos extensionistas rurais da Emater-RN, que acompanham o plantio feito pelos agricultores familiares do estado. Segundo a engenheira agrônoma Adriana Américo, coordenadora do projeto Algodão Agroecológico Potiguar pela Emater-RN, os números ainda estão sendo atualizados levando em conta que o início do plantio começou em épocas diferentes no Rio Grande do Norte, pois as chuvas também ocorrerem em momentos diferentes.
“Os agricultores familiares dos municípios da região oeste, por exemplo, começaram a plantar em janeiro, e os do Mato Grande, em maio”, acrescentou Adriana Américo.
Tomando o Mato Grande como exemplo, a produção parcial nessa região, que engloba seis municípios atuantes no projeto, alcança números expressivos - 35,7 toneladas, distribuídas da seguinte forma: Pedra Grande (13,2 toneladas); Parazinho (7,9 toneladas); Touros (2,5 toneladas); São Miguel do Gostoso (3,057 toneladas); Jardim de Angicos (4,3 toneladas); e Guamaré (4,5 toneladas). Os dados foram compartilhados pelo gestor regional da Emater-RN de João Câmara, que abrange os municípios citados.
“Estamos promovendo uma boa atividade com esses agricultores e, com certeza, eles terão um bom retorno com a comercialização desses produtos”, disse o engenheiro agrônomo Laneriton Barros, que atua no escritório regional da Emater em João Câmara, e que está coordenando o projeto na região do Mato Grande.
O Projeto Algodão Agroecológico Potiguar foi construído através da parceria da Emater-RN, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar do RN (Sedraf), EMPAER-PB, Diaconia, Casaca de Couro, Justa Trama, Acopasa, Norfil, Rede Xique Xique e Fundação Guararapes. O objetivo do projeto é fomentar a cadeia produtiva do algodão de base agroecológica, integrar a produção de fibra com as culturas alimentares, ração animal e garantir acesso ao mercado justo.
Toda essa produção do algodão é livre de agrotóxicos – hábito comum no passado entre os agricultores. O cultivo de base agroecológica promove a diversidade, a segurança alimentar e a otimização das áreas, com a certificação e compra garantida e preço justo para os agricultores beneficiados.
“O Projeto Algodão Agroecológico Potiguar visa oferecer melhores condições de resiliência dos agricultores às mudanças climáticas, a adoção de práticas agrícolas ecológicas e sustentáveis e acesso ao mercado justo, de modo que garante a comercialização da fibra produzida, o autoconsumo dos alimentos produzidos nos consórcios, bem como a sua comercialização no mercado local”, disse o diretor-geral da Emater-RN, Cesar Oliveira
Para garantir a característica agroecológica da produção, a equipe técnica da Emater-RN e Sedraf possibilitaram essa formação para os agricultores, de modo que ampliem o número de produtores com o conhecimento agroecológico no manejo.
Para os agricultores familiares, a volta da cotonicultura ao Rio Grande do Norte é mais uma oportunidade de desenvolvimento e geração de renda, além de conectá-los de volta ao passado. João Jerônimo da Silva e dona Olívia, ambos de Parazinho, já tinham trabalhado décadas atrás com o plantio do algodão.
“Trabalhei muito com o algodão, mas depois da praga do bicudo eu parei e retornei agora com esse projeto da Emater. Estou gostando do trabalho, aqui não usamos nada químico”, reforça João Jerônimo, que calcula um prazo de 90 a 100 dias entre o plantio de sequeiro - sem irrigação - e a colheita. Além do algodão, seu João Jerônimo trabalha com o gergelim.
Além do algodão, dona Olívia planta feijão e milho.
“Já tinha plantado algodão na infância com os meus pais e fazia uns 25 anos que não trabalhava mais com isso”, disse a agricultora de 57 anos de idade.
Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Norte