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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que, até essa quarta-feira (11), o Brasil havia registrado 172.815 focos de incêndio, em 2024. Diante desse quadro, que contribuiu para o surgimento e agravamento de doenças respiratórias, o Ministério da Saúde considerou novas orientações para a população.
Para a ministra Nísia Trindade, a situação pode, inclusive, acarretar outros problemas, já que, segundo ela, nas áreas em que as pessoas têm dificuldade de acesso à água com qualidade, por exemplo, há o risco de desidratação.
“A questão das secas se soma ao problema das queimadas, atingindo 60% do território. Nós temos que trabalhar para mitigar todos os efeitos que, na saúde, são bastante sensíveis e atingem, sobretudo, as pessoas mais vulneráveis”, disse.
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Segundo o pneumologista Gilmar Alves Zonzin, membro e ex-presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (Sopterj), nos casos em que se tem uma considerável elevação dos níveis de poluentes aéreos, os pulmões não têm capacidade de proteção suficiente.
“As pessoas que respiram essa fumaça e essas partículas podem desenvolver doenças respiratórias agudas graves ou pessoas com condições respiratórias e cardiovasculares pré-existentes podem ter um agravamento também da sua condição de saúde, fazendo com que tenham que procurar serviço médico de maneira emergencial. A maneira de avaliar isso é através da observação de uma tosse persistente, intensa falta de ar e palpitação”, explica.
Problemas de saúde relacionados às queimadas
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, nas últimas duas semanas de agosto foi notado um aumento do número de atendimentos por náuseas e vômitos, quando comparado à média histórica desde 2022.
As Unidades da Federação mais afetadas foram:
Em meio a essa situação, o pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da UnB Ricardo Martins diz que as pessoas precisam se proteger. Conforme o especialista, a fumaça intensa e a neblina podem provocar sérios problemas à saúde.
“A fumaça lança gases tóxicos para a atmosfera, competindo com o oxigênio, e a população respira então uma concentração de oxigênio menor, acrescida do fato de estar respirando gases tóxicos. Além disso, respira partículas provenientes da queima desses vegetais, o que, uma vez entrando no sistema respiratório, podem provocar inflamação, inicialmente no pulmão, e depois de sua absorção, isso pode acarretar a inflamação em outros órgãos”, pontua.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a quantidade
de focos de incêndio ao mesmo tempo em diferentes localidades levou as
autoridades a abrir investigação para saber se parte deles é de origem
criminosa. Até o final de agosto, pelos menos 31 inquéritos haviam sido abertos
entre Amazônia e Pantanal e dois em São Paulo.
Fonte: Brasil 61