https://www.youtube.com/channel/UCSgK0PVg6G0f3XaFAYkqeuQ
No Brasil, mais de um terço dos municípios — 1.942 do total de 5.570 — possuem moradores em áreas de alta vulnerabilidade, onde a probabilidade de ocorrência de eventos geo-hidrológicos, como deslizamentos, enxurradas e inundações, é aumentada. As informações foram divulgadas pelo Senado Federal.
O Senado destaca que embora a Constituição Federal imponha à União, aos estados e aos municípios a obrigação de melhorar as condições habitacionais e de saneamento básico, esse direito não é cumprido, evidenciado pelo fato de que cerca de nove milhões de brasileiros ainda vivem em áreas de risco.
Marlon Bento, especialista em infraestrutura e diretor administrativo da Line Bank BR, aponta que o número de pessoas morando em situação de risco cresceu nos últimos anos, aumentando a possibilidade de que o Brasil registre, todos os anos, uma grande tragédia.
“Estudos climáticos demonstram tendência grande de chuvas, muitas enchentes e seca. Estes eventos naturais vão causar grandes desastres no Brasil, porque é um país com dimensões continentais, o que faz com que ele navegue em todos os ambientes, em todas as possibilidades de clima, então é importante ter cuidado”, aponta.
Um mapeamento realizado pela Casa Civil e pelo Ministério das Cidades atualizou os critérios e indicadores para identificar os municípios mais suscetíveis a desastres, com o objetivo de priorizar ações da União. O estudo revelou que o número de cidades com moradores em áreas de risco é 136% maior em comparação com o levantamento de 2012, quando 821 municípios constavam na lista dos mais vulneráveis.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Social revelam que, entre 1991 e 2023, os desastres no Brasil resultaram em 5.142 mortes, 9,64 milhões de desalojados e desabrigados, 1,46 milhões de feridos e enfermos, e 232,6 milhões de pessoas afetadas.
Rio Grande do Sul
Os números de desastres no Brasil se agravam ainda mais com a tragédia climática no Rio Grande do Sul, que já afetou mais de 2,3 milhões de pessoas e resultou em pelo menos 172 mortos.
Marlon Bento também é morador do Rio Grande do Sul e destaca a tragédia que aconteceu no estado no começo de maio.
“Estamos vivendo e ainda vamos viver por um bom tempo. A gente tem um número enorme, só para ter ideia, hoje temos 461 municípios que foram afetados de alguma maneira e 78 mil pessoas em abrigos, é um número enorme”, destaca.
Cerca de 14,6 mil crianças e adolescentes, duas mil pessoas com deficiência e 7,2 mil idosos estavam em abrigos no estado gaúcho. As enchentes, como as que devastaram partes do estado, evidenciaram as dificuldades no resgate dessas populações.
Senado analisa projeto de Lei que propõe isenção da conta de energia aos atingidos por enchentes
Fonte: Brasil 61